sexta-feira, 8 de julho de 2011
Homens, gentes, povos e paixões
Em minhas mãos tenho um verdadeiro "livro-vida". Comecei a leitura de "O povo brasileiro" de Darcy Ribeiro.
O objetivo desse texto, sabe bem o autor, é terrivelmente ambicioso. Sintetizar a nossa própria gente, seus "o quês" e seus "por quês" todos. Será isso possível? Como encaixar a terra, a língua, a cultura, as qualidades e as desqualidades de toda uma gente que aqui está há cinco séculos ou mais? O bom Darcy começou seu texto de forma humilde, revelando suas expectativas, temores e sonhos para tal obra. Ele não presume ter atingido seus objetivos, - também não presumirei - mas ele se bendiz por tentar com a paixão autoral de chamar este livro o "livro de sua vida". Como quem diz, "eis porque nasci". Livros desse tipo merecem toda a nossa reverência. Não o leio casualmente e nem deveria. O nosso gentil etnólogo, que viveu em meio a índios (na foto vemos ele entre os anos de 1947 e 1951 junto aos índios Kadiweu), e fundou universidades de importância histórica, como a própria UnB onde trabalho hoje, fez tudo por um irresistível sentimento de amor. Em cada frase, elegantemente escrita, é possível sentir sua alegria de viver de mãos dadas com uma indignação heróica de quem quer combater as injustiças e falhas históricas de seu povo. O povo que tanto o apaixona.
Salve Darcy. Te sinto vivo.
Não sei quanto tempo levarei para completar esta leitura mas me comprometo aqui a só largá-lo depois de escrever aqui minha resenha. Que assim seja.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário