sexta-feira, 6 de julho de 2012

Anu Preto (Crotophaga Ani)

Sigo meu passa-tempo de botânico amador observando agora os visitantes voadores de minha árvore favorita. Dessa vez minha atenção vai para esse curioso pássaro negro de estranho bico que pousou aqui recentemente.

 
Grande, corpulento, belo em sua estranheza e lento (para um pássaro), costuma aparecer aqui em pequenos grupos sem fazer muito alarde (embora as fontes que eu encontrei sobre esse pássaro descrevam o seu comportamento como sendo barulhento). Não foi difícil identificá-lo, com esse bico todo peculiar, e suas penas negras brilhantes (observem os anéis azulados na ponta das penas). É mais conhecido como Anu Preto e tem o nome científico de Crotophaga Ani. Ambos os nomes fazem referência ao nome dado pelos nativos indígenas a esse pássaro: Ani.


Aqui tem uma fonte bacana de fotos, filmes e sons do Anu Preto no Internet Bird Collection
http://ibc.lynxeds.com/species/smooth-billed-ani-crotophaga-ani
Escutando o som gravado do canto do Anu, não pude deixar de constatar como é comum se ouvir o seu som por essas bandas.


Não se trata de uma espécie em perigo de extinção, (longe disso) e deve continuar a visitar minha árvore pouco se preocupando com o crescimento da cidade, ao menos enquanto houver cerrado a cercando. Não é, porém, um pássaro restrito ao cerrado, vivendo em climas quentes de norte a sul do nosso continente. Comem sementes, mas preferem artrópodes, e ainda não pude identificar se têm interesse pelas sementes da Bauhinia.


Assim como ocorreu com grande parte dos pássaros, o Anu Preto (sugiro sempre usarem o nome desse pássaro no singular) também se tornou menos frequente ao final do período de chuvas por aqui, mas não é um pássaro que chame atenção. Para minha quase-surpresa essa espécie é da família do Cuco (cuculidae), aquele pássaro mau-caráter que põe os seus óvos no ninho de outros pássaros (só lembrando que, é claro, na natureza não há julgamentos morais). O anu, porém, tem outro comportamento. Os seus ovos são postos em ninhos comunitários por várias fêmeas de um grupo, e que compartilham  a incubação e alimentação e onde filhotes de uma ninhada anterior ajudam na alimentação da ninhada seguinte. Mais um exemplo interessante de colaboração na natureza.

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